02 julho 2012

Lançamento do livro As Raízes do Futuro

Na última quarta-feira(27/06) o coletivo AFRONTA juntamente com o Museu Treze de Maio e outras entidades, participou do lançamento do livro As Raízes do Futuro - O Patrimônio A Serviço do Desenvolvimento Social do francês Hugues de Varine.


Sobre o autor
Formado pela Universidade de Paris, com pós-graduação em História e Arqueologia, Hugues de Varine ocupou os cargos de vice-diretor e diretor do Conselho Internacional de Museus (Icom), fundou o Ecomuseu de Le Creusot-Montceau e atuou no Ministério da Cultura da França, na área de desenvolvimento cultural e de avaliação de políticas culturais.

Fundador da Asdic Consultores, entidade especializada em desenvolvimento de comunidades, participa de missões de desenvolvimento cultural, social e econômico de comunidades urbanas e rurais da França e da União Europeia, incentivando práticas culturais e de consolidação do desenvolvimento local. Internacionalmente participou de projetos na Alemanha, Suécia, México, Brasil, Canadá, Portugal, Grécia, Hungria, Irlanda, Reino Unido, entre outros.

É autor de A cultura dos outros (Paris, Seuil, 1976); A iniciativa comunitária (Macon, MNES & W, 1992); Cidade, cultura e desenvolvimento (Paris, Syros, 1995, com Jean Michel Montfort); e As raízes do futuro (Asdic, 2002), além de artigos em periódicos franceses e publicações internacionais sobre museus, patrimônio, ação comunitária e desenvolvimento local.
 

03 junho 2012

Coletivo AFRONTA na Marcha das Vadias de SM


No dia 2 de Junho o Afronta participou da Marcha das Vadias de Santa Maria. 



 Coletivo AFRONTA junto com o Coletivo de Estudantes Negros da FURG!
A nossa LUTA é todo dia, contra o Racismo, Machismo e Homofobia ♪

Em terra de chapinha quem tem Black é Rainha!

 Poder para o povo preto \õ

Respeito as mulheres negras!

Diga não ao preconceito com mulheres negras e lésbicas!

Entenda o por que da marcha,  o que nos levou a fazer este protesto! 


Facebook: https://www.facebook.com/MarchaDasVadiasSM


25 maio 2012

Campanha: "Eu afirmo: SOU COTISTA!" (Continuação)

Alexandre - Eng. Civil - UFSM

Felipe - Direito - UFSM

Laura - Publicidade e Propaganda - UFSM

Tayane - C. Contábeis - UFSM

Zeni - Direito - FAMES

Taisse - Ed. Especial - UFSM
Gabriel - Geografia - UFSM

Gean - Artes Cênicas - UFSM

Guga - C. Sociais - UFSM

Jéssica - Economia - UFSM

Wagner - Letras - UFSM

William - R. Internacionais - UFSM

Winnie - Eng. da Computação - UFSM

14 maio 2012

Campanha: "Eu afirmo: SOU COTISTA!"


Lançamos no dia 13 de maio a campanha "Eu afirmo: SOU COTISTA!" que consiste em fotos de universitários negros cotistas segurando uma plaquinha com o slogan da campanha. A ideia é aproveitar a declaração da constitucionalidade das cotas raciais feita pelo STF e dar visibilidade aos cotistas invertendo o jogo e colocando-os como protagonistas "guerreiros em busca da glória".

Para participar basta enviar uma foto com nome/curso/instituição para o email: afrontaufsm@gmail.com ou postá-la na página do AFRONTA no Facebook.

Seguem as fotos de quem já aderiu.

Beatriz - Fisioterapia - UFSMBeatriz - Fisioterapia - UFSM

Bruno - Terapia Ocupacional - UFSM

Douglas - Direito - UFSM

Elias - História - UFSM

Luana - Direito - UFSM

Nahan - Direito - UFSM

Ntidandara - Ciências da Computação - UFSM

Patrick - Economia - UFSM

Sérgio - Relações Públicas - UFSM

26 abril 2012

OS 10 MITOS SOBRE AS COTAS


1- As cotas ferem o princípio da igualdade, tal como definido no artigo 5º da Constituição, pelo qual “todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza”. São, portanto, inconstitucionais.

Na visão, entre outros juristas, dos ministros do STF, Marco Aurélio de Mello, Antonio Bandeira de Mello e Joaquim Barbosa Gomes, o princípio constitucional da igualdade, contido no art. 5º, refere-se a igualdade formal de todos os cidadãos perante a lei. A igualdade de fato é tão somente um alvo a ser atingido, devendo ser promovida, garantindo a igualdade de oportunidades como manda o art. 3º da mesma Constituição Federal. As políticas públicas de afirmação de direitos são, portanto, constitucionais e absolutamente necessárias.


2-Aas cotas subvertem o princípio do mérito acadêmico, único requisito que deve ser contemplado para o acesso à universidade.

Vivemos numa das sociedades mais injustas do planeta, onde o “mérito acadêmico” é apresentado como o resultado de avaliações objetivas e não contaminadas pela profunda desigualdade social existente. O vestibular está longe de ser uma prova equânime que classifica os alunos segundo sua inteligência. As oportunidades sociais ampliam e multiplicam as oportunidades educacionais.


3- As cotas constituem uma medida inócua, porque o verdadeiro problema é a péssima qualidade do ensino público no país.

É um grande erro pensar que, no campo das políticas públicas democráticas, os avanços se produzem por etapas seqüenciais: primeiro melhora a educação básica e depois se democratiza a universidade. Ambos os desafios são urgentes e precisam ser assumidos enfaticamente de forma simultânea.


4- As cotas baixam o nível acadêmico das nossas universidades. Diversos estudos mostram que, nas universidades onde as cotas foram implementadas, não houve perda da qualidade do ensino.

Universidades que adotaram cotas (como a Uneb, Unb, UFBA e UERJ) demonstraram que o desempenho acadêmico entre cotistas e não cotistas é o mesmo, não havendo diferenças consideráveis. Por outro lado, como também evidenciam numerosas pesquisas, o estímulo e a motivação são fundamentais para o bom desempenho acadêmico.


5- A sociedade brasileira é contra as cotas.

Diversas pesquisas de opinião mostram que houve um progressivo e contundente reconhecimento da importância das cotas na sociedade brasileira. Mais da metade dos reitores e reitoras das universidades federais, segundo ANDIFES, já é favorável às cotas. Pesquisas realizadas pelo Programa Políticas da Cor, na ANPED e na ANPOCS, duas das mais importantes associações científicas do Brasil, bem como em diversas universidades públicas, mostram o apoio da comunidade acadêmica às cotas, inclusive entre os professores dos cursos denominados “mais competitivos” (medicina, direito, engenharia etc). Alguns meios de comunicação e alguns jornalistas têm fustigado as políticas afirmativas e, particularmente, as cotas. Mas isso não significa, obviamente, que a sociedade brasileira as rejeita.

6- As cotas não podem incluir critérios raciais ou étnicos devido ao alto grau de miscigenação da sociedade brasileira, que impossibilita distinguir quem é negro ou branco no país.

Somos, sem dúvida nenhuma, uma sociedade mestiça, mas o valor dessa mestiçagem é meramente retórico no Brasil. Na cotidianidade, as pessoas são discriminadas pela sua cor, sua etnia, sua origem, seu sotaque, seu sexo e sua opção sexual. Quando se trata de fazer uma política pública de afirmação de direitos, nossa cor magicamente se desmancha. Mas, quando pretendemos obter um emprego, uma vaga na universidade ou, simplesmente, não ser constrangidos por arbitrariedades de todo tipo, nossa cor torna-se um fator crucial para a vantagem de alguns e desvantagens de outros. A população negra é discriminada porque grande parte dela é pobre, mas também pela cor da sua pele. No Brasil, quase a metade da população é negra. E grande parte dela é pobre, discriminada e excluída. Isto não é uma mera coincidência.


7- As cotas vão favorecer aos negros e discriminar ainda mais aos brancos pobres.

Esta é, quiçá, uma das mais perversas falácias contra as cotas. O projeto atualmente tramitando na Câmara dos Deputados, PL 73/99, já aprovado na Comissão de Constituição e Justiça, favorece os alunos e alunas oriundos das escolas públicas, colocando como requisito uma representatividade racial e étnica equivalente à existente na região onde está situada cada universidade. Trata-se de uma criativa proposta onde se combinam os critérios sociais, raciais e étnicos. É curioso que setores que nunca defenderam o interesse dos setores populares ataquem as cotas porque agora, segundo dizem, os pobres perderão oportunidades que nunca lhes foram oferecidas. O projeto de Lei 73/99 é um avanço fundamental na construção da justiça social no país e na luta contra a discriminação social, racial e étnica.


8- As cotas vão fazer da nossa, uma sociedade racista.

O Brasil esta longe de ser uma democracia racial. No mercado de trabalho, na política, na educação, em todos os âmbitos, os/as negros/as têm menos oportunidades e possibilidades que a população branca. O racismo no Brasil está imbricado nas instituições públicas e privadas. E age de forma silenciosa. As cotas não criam o racismo. Ele já existe. As cotas ajudam a colocar em debate sua perversa presença, funcionando como uma efetiva medida anti-racista.


9- As cotas são inúteis porque o problema não é o acesso, senão a permanência.

Cotas e estratégias efetivas de permanência fazem parte de uma mesma política pública. Não se trata de fazer uma ou outra, senão ambas. As cotas não solucionam todos os problemas da universidade, são apenas uma ferramenta eficaz na democratização das oportunidades de acesso ao ensino superior para um amplo setor da sociedade excluído historicamente do mesmo. É evidente que as cotas, sem uma política de permanência, correm sérios riscos de não atingir sua meta democrática.


10- As cotas são prejudiciais para os próprios negros, já que os estigmatizam como sendo incompetentes e não merecedores do lugar que ocupam nas universidades.

Argumentações deste tipo não são freqüentes entre a população negra e, menos ainda, entre os alunos e alunas cotistas. As cotas são consideradas por eles, como uma vitória democrática, não como uma derrota na sua auto-estima, ser cotista é hoje um orgulho para estes alunos e alunas. Porque, nessa condição, há um passado de lutas, de sofrimento, de derrotas e, também, de conquistas. Há um compromisso assumido. Há um direito realizado. Hoje, como no passado, os grupos excluídos e discriminados se sentem mais e não menos reconhecidos socialmente quando seus direitos são afirmados, quando a lei cria condições efetivas para lutar contra as diversas formas de segregação. A multiplicação, nas nossas universidades, de alunos e alunas pobres, de jovens negros e negras, de filhos e filhas das mais diversas comunidades indígenas é um orgulho para todos eles.

Fonte: Laboratório de Políticas Públicas/ UERJ http://www.ufmg.br/inclusaosocial/?p=53